Prosa

Chapada em Segredo

Poeira, boca seca, céu azul. Azul sem nuvens. De um infinito tão absurdo e particular que pensei me fundir a cor na intenção de ser livre. Ventos que mudam, trazem e levam poeira, galhos, pessoas, folhas. Tudo virando pó e tempo. Estrada.

Dentro do carro, música. Poderia ser qualquer uma que a paisagem me absorveria da mesma forma. Vidro aberto, sem medo do vento a entrar por poros. Destino: Chapada dos Veadeiros.

E nós nunca mais voltaríamos a ser quem um dia fomos, um para o outro. Guardei daquela estrada o solo árido, castigado pela estiagem. Terra seca. Parecia castigo.

O céu não virou água naqueles dias.
A cachoeira se chamava “Segredo”.

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