Nem futuro, nem demanda. O vento não sopra, tudo aquieta. Nem vazio, nem cheio. Silêncio. Quase sossego. E o ar retido no peito sai mundo a fora aliviado como se soubesse para onde ir. A noite chega e nos leva para cama em confortáveis pijamas. Verdades e certezas que nos vestem bem, adubadas e acolhidas.Leia Mais
Prosa
Oração da Borboleta
“Senhora das Mudanças, dos ventos e do tempo, me permita fazer parte de suas danças. Após andanças, entrego meu corpo como útero, invólucro escuro, submerso em silêncio profundo. Dentro de mim, que o sagrado e o profano ocupem seus espaços. E após uma noite longa, de várias Luas, o Tempo, Senhor das transformações, toque meuLeia Mais
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Rolhas e borbulhas
Prefiro aquele momento do estourar de uma rolha de espumante – seja Champagnes, cavas ou proseccos – ao ato imediato de bebê-las assim que chegam em minhas mãos, como quem põe fim a um ritual sagrado. Não gosto de fins, prefiro os começos. Uma questão de princípio. Também prefiro acompanhar o tráfego de borbulhas naLeia Mais
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50 anos e algumas verdades
Fazer 50 anos é identificar algumas verdades, como: – ninguém sabe de nada e quem sabe um pouco mais não sabe tudo; envelhecer não é bom nem ruim, trata-se de um desafio ao bom humor e a capacidade de adequação de cada um; esqueça as propagandas enganosas, você nunca mais terá 25 e nem 30,Leia Mais
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Passarinho de ferro
Parece até de verdade, pensei. Passarinho desgaiolado. Livre. Pousado na cerca. Será que sabe que é de ferro, fundido a fogo, vindo das mãos de um artesão, um outro tipo de Deus? E me lembrei do exato momento do encanto. Antes da cerca, numa prateleira. Entro numa loja e meu olhar para. Uma moça seLeia Mais
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Separação e Alecrim
Naqueles dias tudo ficou muito estranho. Separação corrói de forma diferente. Não é cupim, não é serrote, é uma forma diminuta de constatar sonhos e planos carcomidos por dentro. E não há receita. Separar é ato solitário, quase um protesto contra ao que se foi e a favor de algo que ainda não veio. ELeia Mais